E quando um familiar recebe o diagnóstico de Alzheimer?

9 de julho de 2018 0
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Com um recém diagnóstico de Alzheimer num ente querido, parece que o mundo desaba! Um furacão de dúvidas e incertezas paira na cabeça: como é a evolução da doença? Mas ele vai esquecer de tudo? Não vai me reconhecer? Não vai mais conseguir comer ou tomar banho sozinho? E como faço para cuidar? Como vou conseguir arcar com o custo disso tudo? Mas e meus filhos e meu marido, como ficam no meio disso tudo?

Esses questionamentos são muito comuns e naturais frente a uma doença tão grave e tão incapacitante e numa cultura como a nossa que não está acostumada a lidar com a finitude e o envelhecimento.

Informação

Um dos pilares para um manejo bem sucedido do cuidado ao paciente com demência é a INFORMAÇÃO. Conhecer o que é a doença e suas facetas, entender que o Alzheimer vai muito além de um problema de memória, e que o comportamento, as atitudes e capacidades do doente também são prejudicadas. Conhecer a evolução do quadro também é muito importante, já que, ao longo de muitos anos de cuidado, os desafios vão se modificar com o passar do tempo: o que no início estressa pelas perguntas repetidas, pela teimosia e agressividade, no final da doença castiga o cuidador por observar a total dependência, sendo o doente incapaz de andar, tomar banho ou mesmo comer sozinho.

Suporte

Ter o suporte adequado é fundamental! E aqui me refiro a suporte em duas esferas: a de uma equipe de saúde especializada e o suporte familiar/social.
É na equipe de saúde que você deve encontrar o esclarecimento das suas dúvidas, na oferta do melhor atendimento e no amparo e acolhimento nos momentos mais difíceis e nas intercorrências clínicas. Ter um médico em que você confie e possa contar, passa tranqüilidade e segurança para seguir na difícil missão de ser cuidador. Mas o manejo ideal da doença passa por ter uma EQUIPE assistindo aquele idoso e a família: o fisioterapeuta e o educador físico ajudam o idoso a se manter funcional; o fonoaudiólogo auxilia nos problemas de deglutição e engasgos além da linguagem; o terapeuta ocupacional auxilia na adaptação de tarefas diárias e estimulação do idoso e o psicólogo atua no suporte emocional do próprio paciente e, muitas vezes, do familiar.
O outro local onde o cuidador deve encontrar amparo é na família/amigos. Muitas vezes o núcleo familiar fica desestruturado após o diagnóstico! Nem todos lidam com a notícia da mesma forma e cada um tem um tempo diferente para trabalhar internamente com sentimentos e aquela nova condição. Converse, converse e converse. Traga toda e qualquer ajuda para próximo de você. Explique toda sua rotina e suas dificuldades e tente achar onde cada um pode ajudar: alguns podem ajudar no cuidado propriamente dito, outros com tarefas domésticas, com idas ao mercado, pagamento de contas ou outros com ajuda financeira… enfim:qualquer ajuda é bem vinda. E nunca se isole! O isolamento social é ruim para o paciente e para o cuidador. Tente manter, na medida do possível, as atividades que te dão prazer. Isso é fundamental!!! E não se culpe por isso! Ter a sua cabeça “boa” facilitará o cuidado do paciente!!! E muito!!!

Em resumo:

Embora a tendência inicial após o diagnóstico da doença seja de desesperança e desequilíbrio familiar, mantenha a calma! Busque ajuda! Monte uma rede de suporte com família, amigos, profissionais! Qualquer ajuda é bem vinda! Os sentimentos de revolta, frustração e incerteza fazem parte do processo, mas entenda que o problema não é o doente e sim a DOENÇA!!! E para essa, há tratamento e controle!!!
diagnóstico de Alzheimer

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