Dia 26 de abril se comemora o dia de prevenção e combate à hipertensão e vamos dedicar a semana todinha para falar sobre ela, sabe por quê? Porque é uma doença muito comum e relacionada a muitas complicações na idade adulta e terceira idade!
Cada vez devemos prestar mais atenção aos nosso níveis de pressão. Sabemos que um paciente hipertenso e não controlado está sob maior risco de sofrer um AVC (isquemia ou hemorragia), um infarto, desenvolver demência e sem falar nas alterações nos olhos (que podem provocar cegueira) e nos rins (levando a insuficiência renal).
Mas quem é considerado hipertenso?
É considerado hipertenso aquele indivíduo com pressão maior que 120 x 80 mmHg na medida no consultório. Apesar de tradicionalmente usarmos essa medida da pressão no consultório para diagnosticar hipertensão, esse não é o melhor método, por poder sofrer o efeito do “jaleco branco” (quando o paciente fica hipertenso na consulta, sem ser verdadeiramente hipertenso) ou pelo risco de hipertensão mascarada (mais rara, quando o paciente fica com pressão normal na consulta, mas é hipertenso na verdade, às vezes já com complicações). O método ideal para o diagnóstico é a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), na qual o paciente fica com um aparelho por 24h que registra todas as medidas de pressão, tanto com ele acordado quanto durante o sono. Com o resultado desse exame podemos saber os reais níveis tensionais e se há algum período com pressões mais elevadas (no sono, por exemplo).
E quais são os principais fatores de risco para hipertensão?
Fica de olho:
•Idade
•Obesidade
•História familiar – a genética responde por cerca de 30% dos casos
E a hipertensão nos idosos? É igual a do adulto jovem?
A hipertensão é mais comum nos idosos (afeta mais de 70% da população com mais de 65 anos!!!) e tem características diferentes dos pacientes mais jovens: é mais comum a hipertensão sistólica (onde a pressão “máxima” está elevada e a “mínima” está normal), a presença de hiato na ausculta da pressão (tornando o diagnóstico mais difícil) e os idosos são mais susceptíveis a hipotensão postural e depois de comer.
Sendo assim, o tratamento deve ser iniciado de forma lenta e gradual e os níveis alvo de pressão devem ser ajustados não só com base na idade do idoso, mas nas doenças associadas e no estado clínico geral do paciente! O tratamento não é o mesmo para dois idosos de 80 anos, sendo um deles robusto, independente e praticante de atividade física e o outro frágil, emagrecido, demenciado e dependente de um cuidador. A idade não deve ser usada de forma isolada para guiar os alvos de tratamento! Converse com seu médico e tire suas dúvidas.
Sou hipertenso, e agora?
Além de um acompanhamento médico regular para ajustar as medicações visando uma pressão normal, é necessário uma série de exames buscando possíveis danos causados pela pressão alta: exames de sangue, urina, eletrocardiograma, ecocardiograma, avaliação do oftalmologista (fundo de olho). Igualmente importante é o paciente entender a doença e seus riscos e se adaptar a um novo estilo de vida! Sabe o que você pode (e deve) implementar na sua vida?
•Restringir um pouco o sal na alimentação: Vários estudos mostram que reduzir o consumo de sal na dieta para 2g de sal (ou 6g de cloreto de sódio – o sal de cozinha) reduz a pressão e o risco cardiovascular. Mas o consumo médio do brasileiro está em torno de 11g!!!
•Perder peso! Já está muito bem estabelecido que o ganho de peso está relacionado com aumento da presão tanto nos adultos quanto nas crianças.
•A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) enfatiza o consumo de frutas, hortaliças e laticínios com baixo teor de gordura; inclui a ingestão de cereais integrais, frango, peixe e frutas oleaginosas; preconiza a redução da ingestão de carne vermelha, doces e bebidas com açúcar. Ela é rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras, e contém quantidades reduzidas de colesterol, gordura total e saturada. A adoção desse padrão alimentar reduz a pressão.
•Praticar exercícios! Exercícios, principalmente aeróbicos, estão relacionados a redução da pressão, mesmo sem haver perda de peso!